O trabalho comunitário de bairros, favelas, sítios ou distritos, para ser melhor entendido é necessário se compreender os níveis de lideranças existentes no local.
No meu olhar, há dois tipos de lideranças comunitária, o Líder Cidadão e o Líder Coisa.
O Líder Cidadão, ele se destaca pela forma de organização que implementa na comunidade, buscando sempre criar um nível de consciência crítica junto a população, para que ela cobre seus direitos, dentro de um planejamento feito de forma coletiva, vendo os problemas, analisando e agindo com a população, junto à quem de direito para resolver o problema.
É uma pessoa que pensa, está mais informado que os demais da comunidade participa de grupos de estudos, pesquisas e se torna um comunicador e educador.
Ele faz questão que as pessoas participem e que nasçam novas lideranças, capazes de ampliar a ação da comunidade, no campo das reivindicações estruturais, das artes e da cultura.
O Líder Coisa, se destaca pelo individualismo, eu fiz, eu sou, eu faço ele não se adapta as organizações comunitárias, porque não acredita nele mesmo como indivíduo capaz e nem no povo.
Esse tipo de “líder” passa uma idéia para as pessoas que precisa se encostar nos “grandes”, para poder conseguir alguma coisa e com essa visão ele busca normalmente, políticos de carreira ou de familiares ricas que tenha dinheiro como: empresários, latifundiário ou alguém que está no poder mas que seja ligado aos esquemas. É uma pessoa que se vende a qualquer um, por qualquer preço, é um indivíduo corrupto que usa o eleitor como mercadoria, que ele negocia em beneficio próprio.
Se o poder público fizer alguma obra, ele mostra o candidato “dele” como o responsável e se não tem obras ele diz que só seu candidato será capaz de conseguir.
Muitas vezes ele não quer que as obras sejam feitas, para poder dizer que só será feito se seu candidato for eleito. Uma das práticas usadas para assegurar o voto dos e das inocentes é sair de casa em casa pegando documentos, títulos de eleitor para amedrontar o eleitor ou eleitora. Em algumas vezes negocia o voto com assistencialismo e dinheiro do candidato, corrompendo o eleitor ou prometendo, até o dia da eleição.
Esse é de fato, a figura do cabo eleitoral, ele perde sua dignidade de cidadão ou cidadã e se torna um objeto, que pode ser comprado por qualquer dinheiro ou por quem der mais.
Alguns se tornam dirigentes de entidades comunitárias, para receberem benefícios do poder público, através dos políticos. Essa estratégia, é uma farsa politiqueira de uso do Estado, para manter seus cabos eleitorais através do dinheiro público e transferir as obrigações do poder público para a sociedade civil.
Por tanto só há políticos corruptos, porque existe o cabo eleitoral corrupto e o eleitor que troca o voto por benefícios individuais, perdendo seus direitos de cidadania se tornando também coisa.
Leonardo Furtado Sampaio é Educador , Comunicador e Pesquisador Popular.
Fortaleza, 17 de Abril de 1998
4 comentários:
Em 1950, ano em que eu nasci! - A cidade de Fortaleza ainda não tinha cais portuário, mas já tinha dois aeroportos graças ao progresso trazido pelas dores da segunda grande Guerra Mundial.
Foram construídos a BAFZ (Base Aérea de Fortaleza) e o PICY (Posto de Comando) Americano em parceria com a aliança para o progresso do Brasil e dos Estados Unidos .
Em 1939 uma construtora asfáltica Norte Americana veio a Fortaleza com a missão de edificar as duas bases!
A BAFZ substituiu o antigo campo de aviação militar do exercito brasileiro, criado em 1936 com aviões biplanadores.
O Ministério da Aeronáutica foi Criado em 1941 sob o governo do saudoso presidente Getúlio Vargas.
Em 1942 com a chegada de 20 aeronaves em Fortaleza o Brasil inaugurou a sua 5ª Base Aérea com 12 caças, 2 douglas, 6 mitchell para formação provisória de trinamento do pessoal da FAB.
Quanto a Base do nosso velho Pici! - Você esquceu muita muita císa meu caro amigo... De velhos tempos...
Você lembra daquelas coisas que os americanos deixaram enterraram de baixo do chão?
Do farol?
Do paiol de munição?
-Rapaz, cadê o Bira, o Fenelon; a mãezinha a Lili?
Coméquitá corêto do Joquei?
A rua do Papôco?
Hó meu! - Tu disse que ia resgatar a passagem da saudosa Raquel de Quiroz na visinhança.
Um abraço do amigo: Claudio Lima da antiga Avenida da Liberdade, a primeira via asfautada em Fortaleza que os americanos ligaram as duas Bases.
Caro Amigo Leonaedo Furtado:
Fui mal nesta! - Desculpe-me, salvei na pagina errada...
A minha pretenção seria a história da Base do Pici. Perdão... Corrija se puder
a sua visão, é muito importante para nós nesta comunidade que atuamos no bairro do barreiro, em Belém do Pa rá, aqui existe muito destas coisas, mais nós fazemos um trabalho diferen- ciado nós temos um INSTITUTO POPULAR JUVENTUDE SOCIALISTA, E AGRUPAMOS VARIAS ENTIDADES COMUNITÁRIAS. UM ABRAÇO.
Muito obrigado pelos valiosos rasgos do doutor, bastante autorizado para Educação popular. No meu país – Angola – o Líder Coisa é comparado ao bajulador. Sujeito que apoia causas injustas para obter benefícios. Ou então o cidadão que é transformado em simples trabalhador. Sujeito ficção, que não pode falar em nome da cidadania. É obrigado pela classe dominante, a esquecer os Direitos do trabalhador e venerar o salário que aufere, como o único meio de existência de utilidade humana. Assim se mata a consciência cidadão em Angola.
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