domingo, 29 de outubro de 2017

Música e dança afrobrasileira

Leonardo Sampaio

O pesquisador popular Leonardo Sampaio, um dos membros fundador da Academia afrocearense de letras, com a cadeira número 6, apresenta seu trabalho de pesquisa sobre a cultura afrobrasileira e avalia que é uma cultura bastante diversificada, uma vez que foi influenciada por afrodescendentes, indígenas e europeus empobrecidos. Daí, vem o que passou-se a chamar de cultura popular, de folclore com as danças circulares que fazem parte da expressão do corpo que dança, rebola, faz o gingado e canta nos ritmos da ciranda, do coco, maracatu, frevo, axé, samba reggae, samba de roda, xote, xaxado, baião, marcha, forró, congada, maculêlê e capoeira, juntando-se aos cantadores de viola, a embolada, a literatura de cordel e a trova com versos e estrofes rimadas.
É dessa mistura de poesia, que nasce a musicalidade afrobrasileira que anima as festas e faz o público dançar com alegria, abrindo espaços nas comunidades negras, urbanas e rurais, lugares, de onde nasce todo o carnaval brasileiro, as festas juninas e tantas outras manifestações culturais com muitas cores, criatividade e sabedorias constituídas na musicalidade  afro, entoada pelos tambores ritmados das religiões de matriz africana, dando o tom da espiritualidade e a defesa das tradições de seus ancestrais.
É no espírito dessa tradição ancestral africana, que nasce o samba e o carnaval com as Escolas de Samba no Rio de Janeiro e em São Paulo, que nasce o Samba Reggae e o axé no carnaval da Bahia, que vem o Frevo com a dança no ritmo da capoeira em Pernambuco, o Maracatu ritmado e o preto velho, mais o rei e a rainha simbolizando o Congo da África, de onde veio grande parte dos escravizados para o Ceará e é assim que se faz a festa carnavalesca, com o Bumba-meu-boi no Maranhão, se espalhando pelos sertões nordestino e o boi de Parintins na Amazônia, Região Norte, onde tem também o Carimbó, no Estado do Pará.
Toda essa produção cultural alegra, promove felicidade e qualidade de vida às populações envolvidas, mesmo diante da desigualdade social que gera pobreza e luta de classe. Portanto, as festas populares tira estresse, uni e reúne as gerações para dar continuidade às tradições, como resultado da cultura afrobrasileira trazida pelos escravizados do continente africano, indígenas e europeus.

Isto é parte da cultura afrobrasileira, que se junta a culinária, as rezadeiras, a oralidade e a escrita que reúne pensadores na Academia afrocearense de letras – AAFROCEL, e agora transmitindo na Rádio terra da fraternidade na Cidade do Porto em Portugal diretamente do Ceará para o mundo.