Pedagogo e educador popular
A base de
desenvolvimento de um país passa impreterivelmente por uma educação de
qualidade e para se alcançar esse nível necessita de equipamentos físicos e
tecnológicos adequados, com profissionais compromissados, boa remuneração, e
preparados tecnicamente para aplicar os conteúdos com métodos científicos
capazes de tornar o ambiente da escola atraente e prazeroso. No entanto, a
política educacional no Brasil, historicamente tem mudado suas diretrizes e seu
projeto político pedagógico para incorporar os interesses dos grupos
governantes de plantão, como fizeram os neoliberais privatistas, que desviaram
a política maior de Estado no que diz respeito à cidadania, reduziram os
serviços públicos e entregaram de mão beijada aos interesses do capital.
Esse tipo de política
neoliberal, afastou também a educação do seu papel principal que é elevar os
conhecimentos, os saberes e formar cidadãos críticos, como sujeitos históricos
capazes de transformar o ambiente local e o modelo de sociedade injusta, gerada
pelo capitalismo e passou a capacitar pessoas como indivíduos produtivos
preparados pra vender sua força de trabalho ao mercado capitalista empresarial,
onde o lucro está acima do Ser, como determina o sistema consumista.
A política governamental
que esta em execução desde 2003, vem seguindo uma linha desenvolvimentista, trazendo
o Estado com olhar para as pessoas e isso passa necessariamente por uma educação
de qualidade e inclusiva, o que implica também, em adequar as legislações à
criação de programas que facilitem ações compensatórias de distribuição de
renda e a implementação do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)
que hoje promove várias linhas de ações capazes de permitir a inclusão e o
acesso às políticas educacionais nos diversos níveis escolares, desde a creche
ao nível superior, oportunizando as camadas populacionais menos favorecidas,
alcançar patamares mais elevados do conhecimento, valorizando os saberes
populares e adequando-os à educação formal e ou transversal.
Aplicabilidade dos programas
Entre
as diversas políticas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, destaco
o Mais Educação pelo fato do mesmo propor “aumentar a oferta educativa nas escolas públicas por meio de
atividades optativas como acompanhamento pedagógico, meio ambiente, esporte e
lazer, direitos humanos, cultura e artes, cultura digital, prevenção e promoção
da saúde, educomunicação, educação científica e educação econômica (MEC) e o mesmo ter a
tutela e operação das Secretarias Municipais de Educação, assegurando recursos
do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) do FNDE, para equipar com
instrumentos as atividades a serem desenvolvidas, como: instrumentos musicais,
rádio escola, figurinos para danças, teatro e outros.
Como podemos observar,
a proposta do Programa Mais Educação é bastante significativa e aqui nesse
texto, tento mostrar um trabalho de pesquisa realizado como cursista do Programa
Formação pela Escola, módulo Competências Básicas, onde encontrei quatro
problemas que dificultam uma boa qualidade pedagógica na aplicação das
atividades, como podemos observar: a) Falta de espaços físicos apropriados e
disponíveis nas escolas para o desempenho das ações socioeducativas; b) Salários
pagos como ajuda de custo e muito baixos; c) Disparidade nos níveis de
conhecimento dos alunos selecionados; d) Diversidade de idades no mesmo ano
escolar, o que exige acompanhamento mais específico pra cada aluno, ou aluna; e)
Atraso no repasses de verbas.
Mesmo assim,
pelo fato do programa ter como finalidade melhorar o desempenho do aluno, há um
esforço dos gestores, coordenadores, instrutores e pais de alunos de fazerem o
melhor para que os mesmos tenha um desenvolvimento satisfatório, tendo em vista
que são escolhidos entre os que têm mais dificuldades de aprendizado na sala de
aula, mais especificamente leitura e interpretação de texto. Esse é o sentido
maior do Programa que é buscar socializar a criança com um conjunto de ações
diversificadas que facilite a integração das crianças com a vida escolar. Na
Escola já é possível detectar os avanços de desempenho dos alunos no
planejamento, elaboração de conteúdos de textos, atitudes e desempenho em sala
de aula.
Como podemos perceber, a
descentralização com a municipalização da educação e a gestão dos
recursos direto na escola, já é um grande avanço por ganhar autonomia
pedagógica e financeira no campo da educação. Por tanto, é necessário uma visão
mais ampla no campo da intersetorialidade pra abrir caminhos efetivos,
concretos de integração entre Estado e população organizada, para que essa participe
ativamente da ação do poder público em um processo de autogestão com competência,
eficiência e introdução da gestão democrática inserido com os conselhos
escolares desde a elaboração do próprio projeto político-pedagógico a adequação
do currículo e do calendário escolar às necessidades específicas da localidade.
Acredito que, se assim
acontecer, os problemas serão resolvidos.
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