Leonardo Sampaio
O pesquisador popular Leonardo Sampaio, um dos membros
fundador da Academia afrocearense de letras, com a cadeira número 6, apresenta seu
trabalho de pesquisa sobre a cultura afrobrasileira e avalia que é uma cultura bastante diversificada, uma vez que foi influenciada
por afrodescendentes, indígenas e europeus empobrecidos. Daí, vem o que passou-se
a chamar de cultura popular, de folclore com as danças circulares que fazem
parte da expressão do corpo que dança, rebola, faz o gingado e canta nos ritmos
da ciranda, do coco, maracatu, frevo, axé, samba reggae, samba de roda, xote,
xaxado, baião, marcha, forró, congada, maculêlê e capoeira, juntando-se aos cantadores
de viola, a embolada, a literatura de cordel e a trova com versos e estrofes
rimadas.
É dessa mistura de poesia, que nasce a
musicalidade afrobrasileira que anima as festas e faz o público dançar com
alegria, abrindo espaços nas comunidades negras, urbanas e rurais, lugares, de onde
nasce todo o carnaval brasileiro, as festas juninas e tantas outras
manifestações culturais com muitas cores, criatividade e sabedorias constituídas
na musicalidade afro, entoada pelos
tambores ritmados das religiões de matriz africana, dando o tom da
espiritualidade e a defesa das tradições de seus ancestrais.
É no espírito dessa tradição ancestral
africana, que nasce o samba e o carnaval com as Escolas de Samba no Rio de
Janeiro e em São Paulo, que nasce o Samba Reggae e o axé no carnaval da Bahia,
que vem o Frevo com a dança no ritmo da capoeira em Pernambuco, o Maracatu
ritmado e o preto velho, mais o rei e a rainha simbolizando o Congo da África,
de onde veio grande parte dos escravizados para o Ceará e é assim que se faz a
festa carnavalesca, com o Bumba-meu-boi no Maranhão, se espalhando pelos
sertões nordestino e o boi de Parintins na Amazônia, Região Norte, onde tem
também o Carimbó, no Estado do Pará.
Toda essa produção cultural alegra,
promove felicidade e qualidade de vida às populações envolvidas, mesmo diante
da desigualdade social que gera pobreza e luta de classe. Portanto, as festas
populares tira estresse, uni e reúne as gerações para dar continuidade às
tradições, como resultado da cultura afrobrasileira trazida pelos escravizados
do continente africano, indígenas e europeus.
Isto é parte da cultura afrobrasileira,
que se junta a culinária, as rezadeiras, a oralidade e a escrita que reúne
pensadores na Academia afrocearense de letras – AAFROCEL, e agora transmitindo
na Rádio terra da fraternidade na Cidade do Porto em Portugal diretamente do
Ceará para o mundo.
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