O Funk Ostentação alimenta sonhos de riqueza pessoal e
inspira a juventude negra que busca frequentar os shoppings como lugar de
beleza e consumo dos produtos de marca, para se igualar a classe "A",
como é cantado em poesia do Funk.
A fonte inspiradora desse Funk Ostentação começa nos
Estados Unidos e Canadá e chega ao Brasil, com a grande força da ascensão de
uma classe média de maioria negra que se formou no país nesses últimos dez anos
e que é induzida ao consumo a partir das facilidades de créditos do mercado
capitalista de ideologia excludente e individualista.
Acontece que para essa classe média negra, o único espaço
de lazer e consumo que visualizam para ostentar os seus desejos e necessidades
são os shoppings e na sua ancestralidade afro enquanto grupo étnico racial ele
trás uma cultura da coletividade, da circularidade, da musicalidade e da
expressão corporal como estilo de vida. Isso é visível nas diversas formas de
expressões culturais como: o hip-hop, rap,
capoeira, a ciranda, a dança do coco, a roda de samba, a quebra do coco,
a farinhada e tantas outras manifestações, são coisas que não tem como negar,
estão em suas raízes e não podia ser diferente a busca de se articular para
curtir juntos às belezas que estão à vista. No entanto, os shoppings foram
feitos pra brancos, a presença de negros nunca foi bem vinda, conhecemos muitos
depoimentos de pessoas negras que passaram por constrangimentos em ambientes
ditos não seus e sabemos as expressões como são tratados.
O que os donos de shopping não perceberam ainda, é que essa
classe média originária do negro e do índio no Brasil, é hoje a maior
consumidora no país de produtos de marca, porque ela quer se ver como classe
“A”, como gente bonita, reconhecida como morena e que muitas vezes vira loira
pra amenizar o racismo e não ser chamada de negra ou negro de forma pejorativa,
já que a expressão é simbolo de coisa ruim em tudo que se fala.
É preciso compreender que esse conjunto de coisas e sentimentos
de pertença é a inspira os rolezinhos que buscam espaços para lazer, consumo,
felicidade, qualidade de vida e dignidade que sempre lhes foi negado e mesmo
sendo uma classe vista como subalterna pela cor da pele, mas é nos mecanismos
de mercado do sistema capitalista que se
veem para manter a ostentação do luxo e da beleza que o branco sempre usou e no
blog http://miscerratenses.blogspot.com.br/2014/01/funk-ostentacao-e-hip-hop-mas-o-hip-hop.html?spref=tw
os textos e vídeos revelam a expressão e a linguagem vinda da favela instigando
ao consumo da classe "A", como o ouro, carrões e figurino de marca
como é ouvida no grito de guerra dessa juventude funqueira.
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