Ser negro não é só
a pele
Mas sua
ancestralidade
É só buscar a
história
Que tem a
comunidade
Resgatar a
descendência
Que da África vem a
essência
Mesmo sem a
qualidade.
Assim, pode-se
afirmar
Que sentir a
negritude
Não é a cor que
determina,
Mas, o ancestral e
a virtude
De sua africanidade
Berço da humanidade
De onde vem sua
atitude.
Depende de cada um
Tomar a sua decisão
Provando sua origem
E com determinação
Assumir a
descendência
Com a cor ou
aparência
E a África sua
nação.
Nação como sua
origem
De sua história
africana
Tendo na arte e a
cultura
Como vivência
bacana
Que orgulha o ser
negro
Mantendo seu jeito regro
Livre do engenho de
cana.
Pra se ter
consciência negra
É conviver com suas
crenças
É conhecer seus
direitos
Respeitar as
diferenças
É defender sua
história
Registrada da memória
Ancestrais e benquerenças.
Assumir brasilidade
De ser
afrodescendentes
Reunindo os seus
valores
Como bravos
resistentes
Zumbi e Dragão do
Mar
E outros, vieram
aclamar
Guerreiros
onipotentes.
São tantos os vitoriosos
Que se pode
enumerar
É só olhar para
África
Pra poder
identificar
E circular pelo
mundo
Para encontrar
oriundo
Que veio do lado de
lá.
Por isso a
xenofobia
Não pode haver
razão
Para o
afrodescendente
Sofrer
discriminação
E muito menos
racismo
Seja de onde vem o
ismo
Com desumanização.
É o preconceito que
faz
O negro negar a cor
Precisa ser
combatido
Esse tipo de terror
Pra existir
dignidade
E a solidariedade
Com igualdade e
amor.
A escola é um
caminho
Com professor
preparado
Pra educar contra o
racismo
Por ter cabelo
cacheado
E a pele com
melanina
A educação não
ensina
Negro ser
discriminado.
A luta dos pretos libertos
Se não houver a
consciência
Fica no mundo dos
brancos
Vivendo só de
aparência
Tentando se
branquear
Sem com o outro se
importar
Negando até sua essência.
Eles se acham
libertos
Negam discriminação
Tentam fugir de
suas raízes
Pra subir na exploração
E viver como
burguês
Achando que é sua
vez
Não sentem a
enganação.
Ser negro é se
orgulhar
Da beleza e do que
faz
Com atitude e
maestria
Numa cultura de paz
Com festa e alegria
Que reúne sabedoria
Que no peito o
negro traz.
Negritude é beleza
É luta e
resistência
É força cultura e
arte
Saberes e
consciência
É buscar a
liberdade
Pra viver com
igualdade
No trabalho e na
ciência.
Tentaram eliminar
Pluralismo cultural
E mudar o pigmento
Da etnia ancestral
Pelo o branco
opressor
Dizendo-se
“superior”
Tratando-o como
animal.
A luta foi muito
grande
O negro não aceitou
Jogou a mesa pro ar
Foi à luta e
contestou
Fugiu até da
senzala
Com voz firme que
não cala
E o seu quilombo
criou.
No quilombo ficou
livre
Pra suas
manifestações
Terreiros e
rezadeiras
São da fé e
religiões
Com os toques dos
tambores
Os temperos e os
sabores
Costumes e
inspirações.
Para falar em
costumes
Culinária e Vatapá,
Acarajé e Feijoada
Sarapatel, mungunzá
Com dança e
rebolado
Música pra todo
lado
Com tambores e ganzá.
E assim deixo o
retrato
Do ser negro no
Brasil
Ainda tem muito
mais
Coisa boa e coisa
hostil
Algo que alegra e
revolta
É o racismo
imbecil.
Vou agora te afirmando
Que todo
eurocentrismo
Com o seu padrão de
vida
Carregado de
racismo
E o negro embranquecendo
E sua raça
ofendendo
É a prática do
fascismo.
Viva o vinte de
novembro
Dia de lutas e de
glórias
Simboliza a
resistência
De conquistas e
vitórias
Que de Zumbi até
agora
Nas lutas se
comemora
Ao longo de suas
histórias.
Fortaleza,
10 de dezembro de 2012
Livro 3ª
edição – 25 de março de 2019
Um comentário:
Beleza de poesia, Leonardo. Mostra uma opção radical pela valorização de nossa ancestralidade, de nossos costumes, de nosso jeito de ser, tecido em história de lutas e conquistas. Com rastros que iluminam caminhos de futuro. Parabéns!
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