Leonardo Sampaio
A questão do golpe contra a presidente Dilma Rousseff está
relacionada à luta de classes contra negros, índios e toda a classe
trabalhadora, tirando direitos trabalhistas, aposentadoria, benefícios de acesso
a terra para trabalhar e morar. É um golpe político, em que o Temer, os
partidos aliados, o judiciário, a mídia, simbolizam a chamada classe burguesa
composta por industriais, banqueiros, latifundiários, etc., eles representam o
conservadorismo colonialista escravocrata, o capitalismo neoliberal que em toda
a história do Brasil usurparam os recursos públicos em benefício próprio. A
corrupção faz parte do DNA do capitalismo e quem o representa. Essa corja de
larápios dos cofres públicos está a
serviço do capital Norte-Americano e Europeu que querem voltar a dominar o
Brasil, em busca de explorar as riquezas do país. Para isso, precisam acabar com o
Mercosul, implantar a ALCA, entregar o pré-sal e desencadear a privatização
para fortalecer domínio norte-americano e enfraquecer o BRICS para voltar ao
FMI, pondo fim à soberania nacional. É isso que precisa ser compreendido, para
entender o que está por traz do golpe.
O que está montado com o impeachment é uma traição à sociedade brasileira, com um discurso
mascarado de combate à corrupção. Em toda a sociedade sempre existiu sujeitos
traidores independente da casse social, pois até na escravatura quem chicoteava
os escravizados eram negros, que adquiriam certos privilégios na Casa Grande. Hoje
vemos a classe média alta que foi às ruas por ter perdido alguns privilégios
econômicos, ficar calada quando ficou claro que o golpe é apenas político, para
acabar com a Lava-Jato, porque são os próprios que querem o impeachment os
corruptos. Estão calados por quê? Ora! Já que essa mesma classe social se beneficiou com o projeto
desenvolvimentista do PT, que implantou políticas econômicas para todas as
classes, mas em especial, elevou a classe trabalhadora ao patamar de melhoria
de vida, reduziu o índice de miséria, investiu na educação permitindo que a
classe trabalhadora chegasse às universidades e a formação técnica que garante
emprego qualificado com bons salários.
A classe burguesa e a pequena burguesia que são bastante
arrogantes, não aceitam a ascendência da classe trabalhadora, por serem
compostas na sua maioria de negros e índios. A elite brasileira é extremamente
racista, preconceituosa e discrimina as pessoas pela cor, o cabelo, a cultura,
os costumes e por isso não se conformam destas pessoas estarem ao seu lado em
aviões, restaurantes, hotéis, por exemplo.
Esse momento é de unir a classe trabalhadora em defesa da
democracia, trazer a Dilma de volta, porque estamos diante da concretização de
um iminente golpe de Estado, articulado por forças políticas e econômicas norte-americanas,
que tem interesse nas riquezas do Brasil, como o petróleo e as privatizações, e
para concretizar esses interesses contam com o judiciário e apoio da mídia que
são instrumentos próprios da elite dominante.
Antes da votação na Câmara Federal que aconteceu no dia 17 de
abril de 2016, participei de uma carreata em favor da Dilma e pude perceber a
alienação que a mídia conseguiu passar para o povo, só falavam em corrupção,
como se fosse essa a questão principal do país. A população que só tem acesso a
comunicação de rádio e televisão da elite não tem as informações de que a crise
é do capitalismo mundial e que o ataque seletivo ao PT é uma questão de luta de
classes, é só lembrar do período do governo de Fernando Henrique Cardoso para
traz, como era a situação de miséria, pobreza e o desmancho do Estado com as
privatizações montadas em cima da corrupção, como foi no Ceará com o governo de
Tasso Jereissati.
Não esqueçamos que o analfabeto político está em todas as
classes, e é esse analfabetismo que leva à alienação, em que as pessoas não
conseguem fazer a leitura do que está por traz das coisas. O “pior analfabeto é
o analfabeto político” (Bertold Brecht), normalmente ele é conservador, porque
lhes falta a consciência crítica, leitura de mundo e até se aceitar enquanto
classe social.
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