Leonardo Sampaio
O mês de Abril é especial para literatura infantil e
para o livro infantil porque o dia 2 lembra o nascimento do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen,
autor de histórias como O Patinho Feio e A Pequena Sereia e a data
passou a ser comemorativa como o Dia Internacional da Literatura Infantil. Além
dessa data, 18 de Abril é marcado pelo Dia Nacional do Livro Infantil, que homenageia o aniversário de nascimento
do escritor Monteiro Lobato, não só porque produziu clássicos da literatura
infantil, como as histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo, mas também por ter traduzido
e adaptado clássicos mundiais, como Alice
no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, e Robin Hood, lenda inglesa. São
os precursores do gênero e que abriram caminhos no Brasil para nomes como: Ana
Maria Machado, Ruth Rocha, Pedro Bandeira, Tatiana Belinky, Lygia Bojunga,
Ziraldo, Chico Buarque de Holanda, entre tantos outros.
No Ceará o gênero da
literatura infantil aparece em livros de autores como: Rachel de Queiroz, Klevisson
Viana, Socorro Acioli, Arievaldo Viana, Fabiano dos Santos Piúba, Almir Mota,
Francinete Ferreira, Horácio Dídimo, Alvira Drummond, Fernando Paixão, Fabiana
Guimarães, Tâmara Bezerra, Izaíra Silvino, Maria Casto, Rita de Cássio
Magalhães, Eliane Santos e tantos mais. Essa produção literária trás o lúdico e o real que
garante às crianças e adolescentes um passatempo prazeroso, levando em conta a
faixa etária dos leitores. São leituras que, conforme Horácio Dídimo, proporcionam
“divertir, educar, emocionar, conscientizar, instruir, integrar e libertar” e utilizam
vários gêneros textuais, como: poesia, conto, poema, prosa, fábulas, trava-língua,
parlendas e folclore que vêm acompanhados de belas ilustrações muito cobradas
pelo público infantil. “Tio, mostra a imagem”, não basta só contar a história,
querem ver a ilustração dos personagens.
A experiência que estou
vivenciando na Biblioteca da Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Bergson
Gurjão de Farias é fantástica. Logo no inicio do ano letivo me apresentei como
escritor, coisa inédita para as crianças, conhecer um autor de livro. Fiz uma
conversa por turma dentro do espaço da Biblioteca, com todos os alunos e alunas
sobre a importância do livro e o cuidado de preservá-los, apresentei minhas
obras e como são simples de escrevê-las a partir de sua própria história, ou
dos conhecimentos adquiridos. Posterior a essa exposição, as crianças puderam
pedir livros emprestados e o resultado foi extraordinário, em menos de um mês
mais de 200 crianças pegaram livros e no rodizio no mesmo período já haviam
lido mais de 500 livros. Essa atividade é acompanhada pela professora Ivonice,
readaptada, lotada na Biblioteca e eu no apoio, fazendo juntos a parte
pedagógica em conjunto com as professoras, as coordenações pedagógicas e a
diretora, o que faz com que essa ação
leitora já seja percebida pelas famílias ao ver as crianças chegarem em casa
com o prazer de ter livros para lerem e responderem aos questionários sobre o
que leram. Nos meses seguintes a procura de livros é crescente e as professoras
começam a perceber o melhor desempenho das crianças leitoras.
Esse relato com essas
constatações mostra o crime que foi fechar as bibliotecas de todas as escolas
do Município de Fortaleza, desde 2013, com os livros de grandes autores sendo
encontrados dentro caixas, armários e sem prateleiras para o acesso ao público
leitor.
Viva a literatura infantil
e viva o dia do livro infantil!
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