sábado, 22 de agosto de 2015

História das Mulheres de Todas as Cores que tem o Brilho da Lua – 1992-2015.



Leonardo Sampaio e Lúcia Vasconcelos.




O Grupo de Mulheres Brilho da Lua iniciou suas atividades no ano de 1992, coordenado pela Associação de Organizadores Sociais e Serviços – AMORA, na época em que houve a parceria com Projeto Prorenda da GTZ (Cooperação Técnica Alemã para o Desenvolvimento), que envolvia as organizações comunitárias locais, a Prefeitura de Fortaleza e o Governo do Estado do Ceará com ações práticas de gestão participativa; Foi na praticidade técnica executada na área de Saúde Sanitária e Serviço Social realizando intervenções urbanísticas na Favela da Entrada da Lua, que se percebeu a participação maior de mulheres, o que veio a despertar a equipe do Prorenda a direcionar formações voltadas para as mulheres da comunidade, principalmente orientando-as sobre os cuidados e ações preventivas no campo da saúde, incluindo as plantas medicinais e direitos.
No decorrer das reuniões com as mulheres, aflorou o saber popular existente entre as mesmas, então vieram especialistas na área de saúde sanitária como a Dra. Profa. Auxiliadora do Curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), que identificou três doenças na Comunidade que poderiam ser tratadas com plantas medicinais, para aprofundar o conhecimento sobre essas plantas veio o Dr. Abreu Matos do Curso de Fitoterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e no campo da Terapia Comunitária o Dr. Prof. Adalberto Barreto, que contribuiu com a formação a partir da experiência das Quatro Varas, no Bairro Pirambu, que utiliza as plantas e o cuidado com a mente como elementos terapêuticos de tratamento preventivo e a cura de determinadas doenças. Houve também a formação com a Pastoral da Criança sobre alimentação enriquecida, com o aproveitamento de cascas, sementes, farelos e a manipulação de ervas para lambedores, pomadas e tinturas. Todas essas vivências entre parceiros, especialistas e a comunidade com o saber popular permitiu a elaboração de uma cartilha com as receitas populares e a orientação científica.
Com a participação maior das mulheres, surgiu a necessidade de uma organização popular, então, D. Marina, que havia participado da Jornada de Luta Contra a Fome no período de seca nos anos de 1980, sugere a criação do Grupo de Mulheres Brilho da Lua, sendo acatado com o objetivo de realizar ações voltadas para os interesses comunitários e políticas feministas de direitos e cidadania capazes de contemplar estudo, formação, trabalho, renda, cultura, lazer, cuidados com a saúde etc.
Uma das primeiras intervenções práticas do Grupo foi criar canteiros de plantas medicinais em uma área de terra do Sítio Ipanema, resultando posteriormente na criação do Horto de Plantas Medicinais, que hoje se chama Raimunda Silva em homenagem póstuma à D. Nem, que foi uma das fundadoras do Grupo, e que fica localizado na Rua Piracicaba, 128, Pici – Fortaleza/CE, onde se desencadeou um processo de formação em educação alimentar, agroecologia, preservação do meio ambiente, gastronomia, fitoterapia, alfabetização de jovens e adultos, economia solidária e agricultura urbana, educando crianças no trato com a terra, adubagem e a produção alimentar orgânica.
O Grupo de Mulheres Brilho da Lua chega ao ano de 2015 se afirmando na configuração de linha feminista, tratando da formação de gênero, empreendedorismo na Socioeconomia Solidária, Agroecologia e a Cultura Popular, tendo como base metodológica a Educação Popular alinhado institucionalmente com o Espaço Cultural Frei Tito de Alencar – ESCUTA, que fica na Rua Noel Rosa, 150 – Pici – Fortaleza/CE.
O Grupo tem caráter informal e representativo composto por uma Coordenação de Articulação, Formação em Gênero, Equipe de Registro e Patrimônio, Equipe Financeira, Equipe de Empreendedorismo (produção e comercialização), Equipe do Horto de Plantas Medicinais, Equipe do Salão São Francisco e a Equipe do Bazaca.


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