Leonardo Sampaio
Já dizia Sócrates, “política é a arte de fazer o bem comum”, portanto fazer política deveria seguir essa filosofia, no entanto o fazer política exige lado, opção ideológica, compromisso, modelo econômico como diz a Campanha da Fraternidade de 2010, com os ensinamentos de Jesus, “É impossível servir a dois senhores”. Infelizmente os ensinamentos de Jesus não servem para a política no Brasil, haja visto o posicionamento nas alianças eleitorais em que neoliberais, socialistas, comunistas, desenvolvimentistas, conservadores se misturam e aí já não é mais servir a um ou dois, mas a uma constelação infinita de interesses pessoais e oligárquico familiares ou partidários em busca dos impostos do povo para se locupletarem. Neste caso mais uma vez Jesus é traído, já que sua atitude política ao identificar o desmando do estado “começou a expulsar os que vendiam e os que compravam no Templo. Derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos vendedores. Não está nas escrituras: Minha casa será chamada de casa de orações para todos os povos? No entanto vocês fizeram dela uma toca de ladrões (Marcos 11, 15-19)”. Foi aí o tempo onde ele “se fez homem e chamou doentes, mulheres que eram descriminadas, os trabalhadores pescadores, carpinteiros, pedreiros, agricultores e multiplicou os pães, os peixes e o vinho para alimentar os famintos”. Esse exemplo é muito interessante para o momento político atual das disputas eleitorais, quando os discursos começam a definir as classes sociais na cata ao voto, e a falácia mais sensível para comover a sociedade é direcionar aos pobres, por serem vulneráveis exatamente às políticas públicas do Estado, que teria o papel de distribuir os impostos arrecadados de forma igualitária como direitos de todos à felicidade. O Lula lançou o Programa Fome Zero e agora a Dilma diz que país desenvolvido é país sem pobreza. Como eliminar fome e pobreza sem tirar riqueza das fortunas? Dinheiro não se inventa, ele existe, a questão da pobreza é a concentração e o próprio estado é quem mais investe fortunas no agronegócio, em salvar Bancos, indústrias que são lugares por onde escorre o sangue do miserável e da pobreza com a corrupção generalizada em todas as instancias de poder do estado. Mais uma vez está à contradição cristã com a política “toda a riqueza produzida é distribuída de acordo com suas necessidades (Atos 14).
Os falatórios bonitos com cunho de defesa de classe social passam a confundir cada vez o eleitor que só entende de economia quando vai à bodega, a farmácia, paga o aluguel, a prestação e a barriga aperta. Esse eleitor é o que fica mais embananado, vulnerável e qualquer favor pode virar voto, até um caixão de defunto. E assim os corruptos chegam ao poder.