sábado, 20 de novembro de 2021

Negritude e o ser negro

Leonardo Sampaio

 

Ser negro, não basta à pele

É assumir a negritude

E combater o racismo

É ir buscar a virtude

As artes e a beleza

O ancestral e a nobreza

Resistência e atitude.

 

O ser negro está no corpo

Que dança com alegria

E espiritualidade

Que o orixá propicia

Com muita fé e amor

Como o Deus protetor

Que os abençoa e guia.

 

O ser negro é cultura

É ser afrodescendente

É abraçar sua África

É ser forte e inteligente

É arte com qualidade

É sentir prosperidade

É viver o excelente.

 

O ser negro é vivência

É ser poeta e escritor

É elevar os estádios

É ser artista e cantor

É fazer o carnaval

É o samba de quintal

É desfilar com primor.

 

O ser negro é assumir

A sua ancestralidade

De um povo escravizado

Tratado sem piedade

Com trabalho forçado

Vendido e açoitado

Mas lutou por liberdade.

 

Ser negro é ter as raízes

Do continente africano

E a miscigenação

Indígena ou angolano

Sem o embranquecimento

Da alma ou o pigmento

Negro, índio ou americano.


O ser negro na cultura

É axé e maracatu

Frevo e bumba-meu-boi

Samba, feijoada e angu,

É reggae e carimbó

Vatapá e o Deus Exu.

 

Ainda sobre a cultura

Tem umbanda e candomblé

E a expressão nordestina

Coco, ciranda e afoxé

Tem cura da benzedeira

E a crença na rezadeira

Tudo com arte e fé.

 

Ser negro é resistência

Saber criar comunidade

É construir os quilombos

É lutar por liberdade

É manter a sua cultura

E sustentar a estrutura

Com nova brasilidade.

 

Ser negro é mais que isso

Mas remete pra estupidez

Do ser racista no mundo

Com tanta insensatez

Querendo inferiorizar

E o pigmento usar

Mas só mostra a mesquinhez.

 

É muita ignorância

Uma pessoa ser racista

Por ver na outra a cor preta

E vai virando egoísta

Sem estudar a diáspora

Da escravidão até agora

Tornando-se oportunista.

 

Esse é Capitão da Mata

Que se junta ao Carrasco

São traidores de seu povo

E se tornam o fiasco

Tentando embranquecimento

Praticam açoitamento

Virando o próprio penhasco.

 

 A diáspora africana

É imigração forçada

Que traz em si sua cultura

E não deixa desprezada

Ao chegar a um mundo novo

Reconstrói com o seu povo

Tornando abrasileirada.

 

Por isso não tem sentido

Nem mesmo uma razão

Pra existir o racismo

Nem carrasco ou capitão

Gente desumanizada

Que tem que ser desprezada

Por não possuir coração.

 

Coração humanizado

Nunca pode ser racista

E nem ter o preconceito

Que existe no fascista

Sendo ele escravocrata

Sempre fazendo bravata

Aliado com o nazista.

 

Toda colonização

Sempre é desumanizada

Traz em si a exploração

E com gente escravizada

Que seja no feudalismo

Ou mesmo capitalismo

Será a mesma pisada.

 

Pisada da negação

De vida com dignidade

Gerando fome e miséria

Sem direito e piedade

Da Senzala pra favela

Sem direito nem a vela

Sua força é a comunidade.

 

Comunidade da vida

E da solidariedade

Onde o pão se multiplica

É lá que reina a piedade

E um povo humanizado

Que tem pelo outro o cuidado

Vendo em tudo a igualdade.

 

 E assim vive a pobreza

Tratam-se como humano

Branco, negro ou indígena,

Vivem todos como mano

Oram, rezam e dão a mão,

Não importa a religião

Lá não tem mundo mundano.

 

Lá só tem o ser humano

Ninguém é endinheirado

A dor de um é de todos

Não se fica desprezado

Dividem o pouco que tem

E assim todos existem

Tudo é compartilhado.

 

Isso é ser negro na tribo,

Quilombo e comunidade

É o ser raça africana

É o ter ancestralidade

Vivência humanitária

Sem ser fragmentária

No Urbano ou na Cidade.

 

Na leitura e nos estudos

No mundo intelectual

Nas publicações de livros

Negritude e visual

Os negros têm mais destaque

E um novo almanaque

Para o mundo cultural.

 

Tem leis que os favorecem

O acesso à educação

Ao nível superior

Castiga com punição

O racista transgressor

Que trata como opressor

Do negro, negra e sua nação.

 

O povo negro reagiu

Por ser tratado inferior

Foi à luta e conquistou

Um patamar superior

Nos negócios e nas artes

Ou em quaisquer outras partes

Como editor ou escritor.

 

O racismo é profundo

Nem Jesus Cristo escapou

Em Nazaré era negro

E o europeu inventou

Uma cor que embranqueceu

Mesmo ele sendo judeu

A branquitude encantou.

 

 20/11/2021

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Pandemia, aula online e resiliência

 Leonardo Sampaio

 

O ano letivo começa

Ainda em plena endemia

O ano é dois mil e vinte e um

Com doenças e pandemia

Um tal de corona vírus

Causa medo e agonia.

 

Fez as escolas trancarem

Banco, comércio e serviço,

Começou em dois mil e vinte

Não teve reza ou feitiço

Foi logo no mês de março

Que surgiu o desserviço.

 

É um bicho invisível

Não se sabe o seu caminho

Ele chega com violência

Faz você trancar no ninho

Não pode ir ao trabalho

Nem na casa do vizinho.

 

O mundo todo parou

Ninguém disse, eu sou o tal.

As pessoas se apavoraram

Porque o bicho é letal

Não escolhe a idade

Pra todos ele é mortal.

 

Cada família parou

Ficou trancada em casa

Porque a virose se espalha

E o medo da cova rasa

Fez todos se recolherem

Como abelha pra criar asa.

 

As notícias são terríveis

Que se espalham pelo mundo

Brancos, negros e indígenas,

Vão virando moribundo

Sem remédio ou vacina

Tudo vira submundo.

 

Americanos e asiáticos

Africano e europeu

E em todos os continentes

A doença floresceu

E só com vacina acaba

Logo a ciência apareceu.

 

Pra voltar fazer enxame

Todos tem que vacinar

Professores e alunos

Pais não podem vacilar

E toda humanidade

Tem que se imunizar.

 

Seja cristão ou ateu

Não tem discriminação

Todos os deuses indicam

Pra fazer vacinação

Pra acabar o vírus mau

Fazendo imunização.

 

Tenha fé e esperança

Acredite na ciência

E confie nas divindades

No sagrado com a essência

O amor e a equidade

Lhes garante eficiência.

 

Todos os ensinamentos

Das divindades sagradas

São inspirações divinas

Como as ciências integradas

Que produz conhecimentos

Com vacinas preparadas.

 

Quem tem amor ao próximo

Não deixa de vacinar

Quem cuida também se cuida

Para o mundo retornar

Tornando-se novo mundo

Para se viver e amar.

 

A ciência é tão importante

Que criou tecnologias

Sempre muito avançadas

Com boas metodologias

Cheias de muitas perolas

Resiliências e analogias.

 

O/A cientista é obcecado/a

Para criar novidades

Como remédios e vacinas

Transformando realidades

Muitas doenças curadas

Tiveram imunidades.

 

 Quem foi atacado pelo vírus

Já ficou imunizado

Pelos falecidos os pêsames

E sentimento ilutado

Não leve pra outras pessoas

Tem que ter muito cuidado.

 

Passe gel a todo instante

Lave as mãos com sabão

Não tem vacina e remédio

E a única solução

É prevenir com limpeza

Mesmo com vacinação.

 

O mercado financeiro

Não tem nenhum sentimento

Sua meta é só lucrar

A vida é só um momento

Pouco importa quem vai morrer

Só dinheiro é o seu intento.

 

É assim o capitalismo

Só lucro e indiferença

Até mesmo as vacinas

O dinheiro é sua crença

Como pobre não dá lucro

Morte precoce é a sentença.

 

Tem até o negativismo

Que não acredita na ciência

E os fundamentalistas

Que vivem na ignorância

Julgando os cientistas

Com a sua intolerância.

 

Precisa ter mais cuidado

Prevenção da infecção

Marco civilizatório

Pra proteger a nação

Do Covid dezenove

Com muita vacinação.

 

Escolas e faculdades

Vivendo resiliência

Fazendo o sacrifício

Respeitando a ciência

O ensino se reinventando

Nessa nova experiência.

 

O ensino remoto online

É a única solução

Para o aluno ter aula

Isso muda a educação

Os pobres sem celular

Vira precarização.

 

Terá alunos em séries

Sem nenhum conhecimento

Serão semianalfabetos

Sem ter aprimoramento

Passam pras séries seguintes

Distante do ensinamento.

 

Mesmo sendo lentamente

A vacina está chegando

Mas o bicho é sagaz

E vai se modificando

Obrigando uso de mascara

E assim vamos driblando. 

 

28/01/2021