Leonardo Sampaio
As festas juninas remontam a colheita da produção
agrícola, no Sertão Nordestino, é o momento de festejar a safra do milho,
feijão, arroz, jerimum, melancia, batata, macaxeira, maxixe, quiabo e as frutas
que se somam à fartura da culinária sertaneja, com tudo fresquinho para
saborear como: canjica, cuscuz, bolo de milho verde, mugunzá, tapioca, feijão
verde cozido com mistura de queijo, carne de capão, batata assada na cinza
quente, a fogueira acesa e o forró rolando ao ritmo da sanfona de Luiz Gonzaga.
“O
curioso é que os índios que habitavam o Brasil antes da chegada dos portugueses
também faziam importantes rituais durante o mês de junho. Apesar de essa época
marcar o início do inverno por aqui, eles tinham várias celebrações ligadas à
agricultura, com cantos, danças e muita comida. Com a chegada dos jesuítas
portugueses, os costumes indígenas e o caráter religioso dos festejos juninos
se fundiram. É por isso que as festas tanto celebram santos católicos como
oferecem uma variedade de pratos feitos com alimentos típicos dos nativos”.
(Cintia Cristina da Silva – Como sugiram as festas juninas.)
Toda essa festança vem acompanhada de uma mística e
fé que começa com o preparar da roçado e a chegada das chuvas no dia de São
José, 19 de abril, seguindo para o mês junino com Santo Antônio em 13 de junho,
o Santo casamenteiro, São João Batista dia 24 com as Quadrilhas Juninas e São
Pedro dia 29, encerrando os festejos de muita animação.
“...a origem das comemorações nessa
época do ano é anterior à era cristã. No hemisfério norte, várias celebrações
pagãs aconteciam durante o solstício de verão. Essa importante data astronômica
marca o dia mais longo e a noite mais curta do ano, o que ocorre nos dias 21 ou
22 de junho no hemisfério norte. Diversos povos da Antiguidade, como os celtas
e os egípcios, aproveitavam a ocasião para organizar rituais em que pediam
fartura nas colheitas. "Na Europa, os cultos à fertilidade em junho foram
reproduzidos até por volta do século 10. Como a igreja não conseguia
combatê-los, decidiu cristianizá-los, instituindo dias de homenagens aos três
santos no mesmo mês", diz a antropóloga Lucia Helena Rangel, da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
A escola deve ser o ambiente de estudo, de pesquisa
e animação para a continuidade da tradição cultural mantendo a chita, o arrastapé
e as comidas típicas dos ritos e manifestações dos povos de origem europeia, africana
e indígena. Isso deve ser estudado como elemento da cultura ancestral, o que leva
as gerações seguintes a não perderem as raízes da ancestralidade presente no
sangue, na pele, na alma e no espirito.
Junho de 2016. Biblioteca Bem-me-quer
- da Escola Bergson Gorjão Farias.