Foi numa escola pública
Chamada de Dagmar,
Onde o assunto negritude,
Foi tema pra estudar,
Sobre a beleza africana,
Com tudo que veio de lá.
Os saberes africanos
E o afro-brasileiro
Teve em todas as salas
Do quinto até o primeiro
Estudando as riquezas
Fincadas no brasileiro.
Com muito entusiasmo
A escola participou
Da primeira até a quinta
Todo mundo estudou
Dos saberes se inteiraram
Do que a história contou.
O entusiasmo foi tanto
De alunos e professores,
Que todos se superavam
Pesquisando os valores
Da cultura africana
Religiões e tambores.
Os temas em cada sala,
Assim foram distribuídos
Estudou-se personagem
Com trabalhos construídos
Pela coletividade
E todos sendo concluídos.
Quilombo foi mais um tema
Difundido e estudado
Sobre as lutas no Brasil
Do negro escravizado
Brigando como guerreiro
Pra poder ser libertado.
Os estudos
avançavam
Sobre Quilombos formados
Em lugares bem distantes
Pra estarem preparados
Mantendo a resistência
Pra não serem atacados.
A luta dos quilombolas
É a defesa da terra
Pra produzir alimentos
Bem lá no topo da Serra
Em lugar de pouco acesso
Pra poder vencer a guerra.
Já os contos africanos
Com histórias de animais
Foram as coisas mais lindas
Que ficaram nos anais
Dos olhares das crianças
Professores e dos pais.
O continente africano
Da forma que foi mostrado
Trazendo todos os mapas
Mostrado com o cuidado
Da forma como entenderam
O tema lá estudado.
E a divisão política
Da África oriental
Com todos os seus países
E a região ocidental
Traziam as suas belezas
De forma fenomenal.
O trabalho sobre África
Olhando para o Brasil
Na sala tinha de tudo
E todo mundo lá viu
Instrumentos e comidas
Cultura e povo gentil.
Costumes e culinária
As artes e a cultura
Vindas da produção negra,
Com valores e postura
Que a negritude tem
Fez da sala a leitura.
Caxixi e atabaque
Berimbau e afoxé
Feitos com a natureza
De cabaça e coité
O Bambu e a taboca
E o sabor de acarajé.
A fala de uma mãe
Que ali se fez presente
Foi muito gratificante
Quando falou renitente
Do que aprendeu na sala
Deixou-lhes muito contente.
Coisas que ela ouviu
Precisa ser combatido
O racismo na escola,
É que tem acontecido,
Inclusive intolerância,
Que crianças têm sofrido.
E a questão religiosa
Tratada com intolerância
E com palavras racistas
Tem muita ignorância
No debate foi aflorado
O quanto à discrepância.
Os filhos de Mãe de Santo
Sofrem muito preconceito.
Já nasceram nos terreiros
E ninguém tem o direito
De querer discriminá-los,
Xingando com desrespeito.
Outra forma agressiva
Dito para humilhar
É o cabelo pixaim
Fala-se pra rebaixar
Mostrando o preconceito
Buscando discriminar.
A lei agora é dura
E pode incriminar
Levar gente pra cadeia
Que o racismo praticar
Seja a cor ou religião
Todos tem que respeitar.
Tirem lá o seu racismo
Que eu quero aqui passar
Minha cor é natural
É a que trouxe de lá
Por isso abra o caminho
Pras cores não separar.
A mãe viu crianças falarem
Do que sofrem de agressão
Por ser afrodescendente
E apelou pra intervenção,
Para por fim ao racismo
Com mais conscientização.
O que ficou de lição
Sobre igualdade racial
Foi o direito humano
Que será fundamental
Pra o respeito e dignidade
A esse povo ancestral.
Esse foi o aprendizado
Dessa Feira Cultural
Tendo participação
Que levantou o astral
De todo corpo escolar
Foi tudo sensacional.
E assim fica o exemplo
De toda a formação,
Com riqueza cultural,
Tirada do coração,
Estendendo os abraços
Para toda a direção.
Vou agora apresentar
A escola onde fica
Próximo ao Rio Siqueira
Onde não tem gente rica
Mas as famílias honradas
Que o bairro pacifica.
Dona Dagmar Gentil
É Escola Municipal
Fica no Henrique Jorge
Perto da Perimetral
Com os alunos ingressos
No ensino fundamental.
No Estado do Ceará
Fortaleza é a Cidade
E o Brasil é o país
De ensino de qualidade
Estudar a negritude
É uma necessidade.
Leonardo Sampaio
15/12/2012