Leonardo
Sampaio
Um
menino muito travesso nasceu
e viveu sua infância em um lugar chamado Gangorra, ele gostava de
apreciar a natureza, os animais e o canto dos pássaros. A
casa onde morava
tinha uma vista
muito ampla com
coqueiros, serras, canaviais, engenhos
e um Lageiro,
lugar muito bonito e
deslumbrante de
se vê
a natureza com um olhar infinito por trás
das matas, raios coloridos entre nuvens que formam montanhas
suspensas no ar, parecendo um paraíso coberto de véu, onde só há
coisas boas pra se amar e viver em harmonia com a natureza e os
deuses criadores do universo.
Às
noites as
estrelas aparecem,
a Lua vai
surgindo e as
pedras arenosas do
Lageiro
vista
de longe parece uma mancha branca no reflexo da noite que vai
tornando o ambiente romântico e faz
com que o menino
olhe
para o céu e veja
o Cruzeiro do Sul, as Três Marias e
a Estrela Dalva que aparece em meio a grandes
constelações
de planetas e meteoros
que giram em torno
da terra.
Esse
Lageiro
que o menino passeou por dentro, é também
um lugar sagrado que
até entre os espinhos nasce a coroa de frade e segundo a
crença Jesus,
José e Maria andaram naquele solo, montado em seu Jumento pelos
caminhos
de pedras e espinhos como
pode ser visto
nas
marcas de
pegadas do
rastro do animal
e os pés descalço do menino Jesus,
seu pai e sua
mãe santíssima como
é mostrado na lenda local.
Nos
mistérios sagrados do
Lajeiro passou
ainda o dilúvio anunciado por Deus, quando o universo foi coberto
por águas e naquela localidade, pode ser constatado através das
pedras com
fósseis de peixes,
madeira e
outros animais aquáticos que viveram por
lá onde
a barca de Noé fez
sua travessia em toda a região do Cariri.
Ao
falar em sagrado, um açude foi construído nos Lageiros pelo Padre
Ibiapina que era um andante dos sertões cearenses em busca de
amenizar os efeitos das secas e o sofrimento do povo e ao passar
naquele lugar construiu um reservatório de água que tempos depois
quebrou a parede e nunca foi recuperado, ficando o riacho formando
Grotas nas pedras e acumulando água por algum tempo.
As
Grotas do Lageiro era um lugar onde o menino gostava de tomar banho
em tempos de inverno logo depois das chuvas, quando as águas do
riacho estava correndo e acumulando nas grotas ou cacimbinhas
formadas nas pedras.
As
Grotas tinham outra utilidade era quando o sol aparecia e as mulheres
lavadeiras chegavam aproveitando a água pra lavar roupas e nas
pedras estendiam pra secar, formando um senária de relação do
humano com a paisagem da caatinga e o voo rasante do pássaro
lavandeira embelezando mais o ambiente.
O menino andou ainda no pé do Lageiro, onde fica a Furna de Maria Viado, era uma loca na pedra, dentro do mato que serviu de esconderijo para uma família se esconder com medo da guerra e ali viveram por um período. Ao abandonarem o local, o ambiente passou a ser habitado por animais de diversas espécies, como morcego e outros bichos.
O
menino foi embora daquele lugar e ao retornar depois de adulto
encontrou o
lugar desprezado, com erosões, lixo, queimadas, a cruz original com
mais de 200 anos de
existência estava
sem braço e a vegetação natural de serrado desaparecendo por
destruição de ações desumana do bicho homem.
Espera-se
que Jesus Cristo retorne lá, puna os agressores do meio ambiente e
faça um novo milagre, para que os meninos das novas gerações
possam ter a satisfação de conhecer aquele lugar tão lindo e tão
belo visto pelo menino da Gangorra.
17/05/2014
Um comentário:
Você iniciou um comentário no youtube sobre o quinto império e o padre malagrida, porém a mensagem não tem mais de que 20 segundos. Me parece que foi impedida. Tem algum lugar que eu possa estar acessando este conteúdo.
Guilherme Gaioso
ggaioso@r7.com
Postar um comentário