Leonardo Sampaio
I
Francisco é de Assis
sua
Cidade natal
que
fica na Itália,
Europa
Ocidental
lá
viveu e cresceu
e
formou seu ideal.
II
Foi
um jovem rebelde
vivendo
como plebeu
e
até soldado de guerra
a
profissão exerceu
pra
matar o inimigo
em
defesa do que é seu.
III
Foi
prisioneiro de guerra
e
na cadeia ele sofreu
passou
muito frio e fome
e
na prisão adoeceu
até
que foi socorrido
pelo
pai que o atendeu.
IV
Virou
um conquistador
das
meninas do lugar
vestia-se
todo elegante
pra
as mulheres mostrar
sua
beleza de jovem
e
paquera conquistar.
V
Com
toda a elegância
andava
pela estrada
e
um mendigo avistou
com
a veste estragada,
a
sua roupa doou,
bonita
e engomada.
VI
Sentiu-se
ali chamado
pelo
Espírito Santo
para
socorrer os pobres,
vestindo-os
com um manto
dando-lhes
dignidade
para
viver com encanto.
VII
Foi
no armazém do pai
e
levou muito tecido,
pegou
todo o dinheiro,
com
pobres foi dividido,
o
pai ficou revoltado
com
o filho atrevido.
VIII
Quis
o dinheiro de volta,
os
pobres tinham gastado
já
não havia mais jeito,
ele
foi ameaçado,
de
perder sua herança
e
ficar sem um trocado.
IX
Ali
mesmo no local
todas
as vestes tirou
e
o pai decepcionado
do
lugar se retirou,
Francisco
foi acolhido
e
até manto ganhou.
X
Renunciou
a riqueza
defendeu
a igualdade,
aos
pobres, os acolheu,
desfez-se
da propriedade,
dividiu
com os humildes
com
amor e caridade.
XI
A
partilha era seu lema,
com
muita paz e união
sem
ter ódio e discórdia
para
haver o perdão
elevando
a esperança
por
um mundo em comunhão.
XII
Seu
desejo principal,
sua
maior intenção,
foi
viver o Evangelho
buscando
a perfeição
seguindo
sua doutrina
com
toda dedicação.
XIII
A
fé no Deus verdadeiro
levou
a definição,
Mateus
com seu Evangelho,
deu
maior inspiração,
Jesus
Cristo lhe ensina
a
buscar a salvação.
XIV
Em
Mateus estar escrito,
“se
tu queres ser perfeito,
vende
todos os teus bens,
dar
aos pobres o direito,
de
também ter seu tesouro
para
viver do seu jeito”.
XV
O
seu jeito de ser jovem,
e
viver a penitência,
praticando
a renúncia,
exercendo
paciência,
e
dando-lhes testemunho,
na
prática e vivência .
XVI
Trabalho
e compromisso,
era
parte da missão
pra
combater a pobreza,
não
basta só oração,
tem
que ter amor fraterno
de
dentro do coração.
XVII
O
trabalho manual
exortou
com alegria,
não
aceitava dinheiro,
a
produção dividia
com
os demais camponeses
que
com ele convivia.
XVIII
A
espiritualidade
era
sua proteção
o
Menino Jesus nu,
foi
uma provocação
para
mostrar humildade
em
busca da salvação.
XVIX
São
Francisco foi assim
em
toda sua missão,
reconstruir
a Igreja
sendo
luz com devoção,
e
compromisso com Deus,
fazendo
transformação.
XX
Chamou
o planeta terra,
de
Mãe e lugar comum,
pediu
que seja cuidada,
sem
deixar fora nenhum,
dos
seres da natureza
ele
não é qualquer um.
XXI
Sua
história voou
pelo,
o, mundo afora
Fortaleza,
Ceará
é
lugar que ele mora,
bem
na Entrada da Lua,
Pici
que ele adora.
XXII
São
Francisco é do bairro,
bem
na Entrada da Lua,
e
juntou-se com São Jorge,
no
Salão fica na rua,
que
promove o seu nome,
com
a Capela que é sua.
XXIII
São
Francisco no Pici
é
da Entrada da Lua
e
disputa com São Jorge
que
diz que a Lua é sua,
a
Capela São Francisco,
é
quase na sua rua.
XXIV
Com
São Francisco da Lua,
vive-se
o coletivo
da
Igreja sinodal
com
movimento ativo
e
sendo missionária,
em
Jesus o objetivo.
XXV
Veio
com o Irmão Sol
que
chegou iluminado
e
vendo a Irmã Lua
no
Salão muito lotado,
foi
buscar outro terreno
até
que foi encontrado.
XXVI
Mãe
Terra lugar comum,
trouxe
estrelas nas mãos
com
Irmão Sol, Irmã Lua
adotou
aquele chão,
a
pedra fundamental,
assegurou
o torrão.
XXVII
Havia
um horto lá,
de
plantas medicinais,
em
que Mulheres do Brilho
da
Lua, eram sinais,
o plantio era cuidado,
com
projetos sociais.
XXVIII
Dezenove de setembro
Dois mil e onze o ano,
a pedra fundamental,
consolidou-se o plano
a benção foi celebrada
o nome não houve engano.
XXVIX
Juntou
homens e mulheres
ergueram
o monumento,
tornando
o chão sagrado
lugar
de acolhimento,
de
paz e amor fraterno
Francisco
é instrumento.
XXX
O
exemplo de Francisco,
revelando
humildade
levou
ele a vir morar
na
nossa Comunidade,
que
tanto o acolheu,
com
sua simplicidade.
XXXI
A
Capela instalada
o
Pici é o local,
rua
Major Sucupira,
Fortaleza
- Capital
o
Ceará é o Estado,
o
endereço postal.
XXXII
O
Bairro Pici Católico,
era
a Área Pastoral,
Padroeiro
Santo Antônio,
São
José é do local
também
São Domingo Sávio,
Nossa
Senhora, afinal.
XXXIII
Foi
a fé em São Francisco
que
no Pici são contadas
a
história das mulheres
fincando
pé nas Estradas
em
rumo à Canindé
com
promessas alcançadas.
XXXIV
Jesus
Cristo é espelho
que
nos mostra o caminho
ao
lado de São Francisco
a
Capela é seu ninho
pra
seguir a sua fé
a
Lua é o cantinho.
XXXV
Em
Roma temos o Bispo,
que
é o Papa Francisco,
chegou
botando moral
limpando
todo o cisco,
com
muita simplicidade
mesmo
correndo o risco.
XXXVI
Esse
Papa é verdadeiro
consolidando
a fé,
honra
o nome do Santo,
das
Chagas de Canindé,
ou
de Assis na Itália,
também
da Lua já é.
XXXVII
Esse
cordel foi pedido,
pela
a Coordenação,
que
organiza a festa.
ficando
em doação
pra
ajudar a Capela
fazer
arrecadação.
XXXVIII
Continue
essa história
que
só tende a crescer
vinda
de luta bonita
que
veio acontecer
na
década de oitenta
defendendo
o bem viver.
XXXIV
Você
acaba de ler
não
é só coisa passada,
é
presente aqui agora
da
festa continuada
continue
protagonista
entre
nessa caminhada.
REVISADO
EM 04/10/2023
Leonardo
Sampaio é natural de Abaiara – Ceará, Região do Cariri Cearense, onde viveu a
adolescência em meio ao aboio poético do vaqueiro, o repente dos violeiros, o
canto e a dança do coco, o maneiro-pau, o Reisado de Congo e de Careta, o
bendito dos Penitentes e das novenas, as coroações de N. Senhora e as
procissões missionárias de fé, com cânticos entoados pelas centenas de fieis que
formam a miscigenação abaiarenses entre o sagrado e profano que envolve as
raças de origens portuguesa, indígena e africana. Um povo aparentemente igual,
porém, com deuses diferentes, o deus dos pobres e outro dos ricos, em que até
dentro do espaço geográfico do templo se separam, cada classe em seu lugar,
para dialogar com seu divino por meio das orações em que um pede para ter mais e
o outro para não morrer de fome. Um tanto quanto vivenciou São Francisco, em
Assis, sua terra natal na Itália e fez opção pelo Deus dos pobres. Leonardo em
sua trajetória pós-adolescência, já na cidade grande se depara novamente com a
disparidade de classes sociais, rica, média, pobres e miseráveis e se questiona
sobre o poder de um Deus pai onipotente: Que pai é esse com tanto poder que
permite essa desigualdade? A resposta veio na Teologia da Libertação com o ver,
julgar e agir dentro de uma Igreja, que faz opção pelos pobres, na perspectiva
da igualdade social, espelhada no Cristo Libertador e a vida dos primeiros
cristãos. Dessa forma dedica sua vida aos pobres, aos trabalhadores/as e
desempregados dentro das favelas e organizações sindicais, comunitárias e
Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, lutando pela libertação integral da
pessoa humana e o Planeta Terra, nossa Casa Comum atacada pela ganância.
Homenagem
Devemos
reconhecer que essa história não existiria hoje, se não fosse a presença
marcante e permanente da educadora popular, missionária, mãe, dona de casa e esposa
Lúcia Vasconcelos, que ao longo de todo esse tempo, marcado na história desse
livro, tem dedicado sua vida à luta do povo sofrido, que busca a libertação,
como diz a canção (Zé Vicente), trazendo esperança, seja: no Horto de Plantas
Medicinais, no Salão São Francisco, no ESCUTA, na AMORA, nas CEBs, no CEBI, no Grupo de Mulheres Brilho
da Lua, no Reisado do ESCUTA, no Banquete Literário, nas Redes Feministas, na
Rede Cearense de Economia Solidária, se articulando com as Organizações Não
governamentais e as políticas publicas nas três esferas de Estado para que
ofereçam melhorias na qualidade de vida aos povos das comunidades da Fumaça,
Feijão, Entrada Lua, Tancredo Neves, N. Sra. da Saúde Mãe da Libertação e
Planalto do Pici. Ela é uma mulher destemida que acredita no Cristo Libertador,
em Maria Mãe de Jesus com seu canto, quando diz “derruba do trono os poderosos
e eleva os humildes”, e São Francisco com sua simplicidade afastando a ganância
e praticando o amor e a paz. Lúcia é essa mulher que está sempre pronta para
servir, coordenando tudo isso, ouvindo, reunindo e agindo, por isso essa
homenagem coletiva.