Leonardo Sampaio
A África é considerada o berço da
humanidade, a mãe dos primeiros Seres, foi ela que trouxe a civilização e a
evolução da espécie recheada de sabedoria e ainda pigmentada com a diversidade
de cores na pele, identificadas regionalmente no Continente Africano. Portanto,
é na África que se inicia o povoamento do mundo, a genética da
humanidade e a partir dos povos nômades é que se espalharam pela Ásia e a
Europa, dali foi se expandindo por todo a Terra, o que nos permite afirmar que
a ancestralidade de todos os povos tem sua origem no continente africano, dessa
forma, podemos dizer que esse continente contribuiu com o desenvolvimento
civilizatório, cultural, social e espiritual com a revelação dos deuses como
seres supremos que penetram na mente e no coração das pessoas para perpetuar a
harmonia universal entre o humano e a natureza. Nessa construção a forma de
relação harmoniosa é apresentada por meio das religiões com suas
espiritualidades e daí vai se identificando que na humanidade já há uma relação
entre o bem e o mal com espíritos que agem de um lado ou do outro a partir dos
interesses individuais, a ambição, a concentração de poder, a dominação a
partir dos bens acumulados. Daí vem às religiões na África que tem o
sentido de pertencimento harmônico dos valores entre espírito e natureza
fazendo o contraponto entre a maldade humana para se relacionar com humildade e
distribuir as riquezas tendo a vida como centro de tudo.
Nos escritos históricos do Antigo
Testamento mostra os povos nômades ou migrantes percorrendo a região entre
África e Ásia em busca de lugares mais férteis, capazes de oferecer melhor
qualidade de vida. É daí que nasce no Egito o cristianismo sob a liderança de
Jesus Cristo lutando pela libertação do povo que sofre e que é perseguido. Ele
faz isso a partir de um olhar para um Deus como ser supremo criador do universo
e capaz de salvar o mundo de todos os males. Enquanto isso no continente
africano encontramos em Ioruba o Candomblé com os Orixás, que são deuses
ligando o ser humano à natureza, onde a terra, a água, o fogo e o ar se fazem
presente em seus cultos e as pedras têm significados sagrados de purificação do
espírito e poderes para afastar o mal e abraçar o bem. A partir daí muitas
outras formas de espiritualidades vão aparecendo na humanidade com seus
próprios deuses. Um dado interessante entre as duas religiões é o sacrifício
oferecido através do sangue, que no cristianismo Deus se revela feito homem e o
fez derramar o sangue para salvar a humanidade, afastando-a da maldade feita
pelo próprio humano seu filho e busca a comunhão entre as pessoas. Já os deuses
Orixás nas suas espiritualidades alimentam-se na comunhão acreditando na força
da natureza e derrama o sangue de animais como sacrifício para afastar os
espíritos da maldade, levando-os ao castigo e ao sofrimento para pagar a
maldade exercida sobre as outras pessoas. Outro elemento que aparece nas duas
religiões de matriz africana (Cristianismo e Candomblé) é a poesia, a música, o
canto e o toque dos tambores com uma musicalidade para invocar os espíritos e
construir um diálogo de fé, esperança e alegria. Em ambas as religiões a água é
o elemento que purifica a partir do batismo nos rios ou mares. A mulher se faz
presente como mãe, por meio de Maria que concebeu o filho para salvar a
humanidade e Iemanjá a mãe de todos os orixás e deusa das águas que gera a vida
e purifica o mundo.
Então a força da África esta simbolicamente revestida da espiritualidade
dos diversos deuses africanos do Candomblé com seus Orixás, como:
Exu
É o mensageiro entre os homens e os
orixás e transportador das oferendas. Controla as forças que agem sobre a nossa
realidade. Exu também é homenageado às sextas-feiras.
Ogum
Forte e corajoso, é conhecido como
orixá da guerra e do fogo. Criou o ferro, a tecnologia e a metalurgia. Por
isso, é padroeiro de todos os que manejam ferramentas. Seu símbolo é a espada.
Xangô
Senhor dos raios e dos trovões.
Durante sua vida na Terra foi rei de Oyó, uma das principais cidades de língua
iorubá. Por esse motivo, quando seus filhos o incorporam usam uma coroa.
Oxóssi
Orixá da mata e caçador, garante o
alimento de todos os outros deuses. É considerado o guardião da agricultura e
da natureza. É umas das divindades mais populares do candomblé.
Oxalá
Separou o mundo material do
espiritual. Muito respeitado, tanto pelos devotos humanos quanto pelos demais
orixás, ajudou Olodumaré a criar o homem e o princípio da vida.
Oxum
É a senhora das águas doces, dos
lagos e das cachoeiras. É tida como bela, vaidosa, rica e sensual. É a orixá
que regula o amor e o poder de gestação das mulheres.
Obaluaiê
É o orixá das epidemias e também da
cura. Traz em seu corpo as marcas das doenças que carrega, por isso precisa se
esconder atrás de um chapéu de palha em forma de manto.
Oxumarê
Tem a forma de arco-íris e liga o céu
e a terra. Controla a chuva, a fertilidade do solo e a prosperidade propiciada
pelas colheitas. É masculino e feminino ao mesmo tempo.
Iansã
Dirige ventos, raios, tempestades e a
sensualidade feminina. Representada sempre como uma guerreira, é senhora dos
espíritos dos mortos, que encaminha para o outro mundo.
Ossaim
Deus das folhas e das ervas
medicamentosas. Seus sacerdotes conhecem as palavras que ativam o poder de cura
das plantas. Segunda e sábado também são dias desse orixá.
Iemanjá
Reconhecida como mãe de todos os
outros orixás, é a deusa das águas. Rege o equilíbrio emocional e a loucura.
Destaca-se pela feminilidade, generosidade e maternidade.
Ogum
É o temível guerreiro, implacável,
deus do ferro, da metalurgia e da tecnologia; protetor dos ferreiros, dos
agricultores, caçadores, carpinteiros, escultores, sapateiros, talhantes,
metalúrgicos, marceneiros, maquinistas, mecânicos, motoristas e de todos os profissionais
que de alguma forma lidam com ferro ou metais a fins.
Mas também a força do cristianismo
tem seus primórdios na África quando surge no Egito, Etiópia e se espalha no
Oriente, Ásia, Europa e o resto do mundo, o que nos faz afirmar que a África é
a mãe da humanidade.
Obrigado, seu trabalho me ajudou bastante em uma tarefa de escola, irei colocar seu nome de autor e colocarei a fonte, pois é justo dar créditos ao seu trabalho.
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