Os noticiários e jornais trazem
resultado de uma pesquisa em que Fortaleza é a 13ª cidade mais violenta do
mundo. É necessário que se diga que essa cidade é violentada pelo maior consumo
de carros de luxo, como os mesmos meios de comunicação registram, o que
representa concentração de riqueza e desigualdade social.
É esse o sistema econômico que
predomina no poder do estado e do país, portanto, não será diferente em
Fortaleza.
Enquanto isso há um modelo de
sociedade que implica em exclusão, com muitos tipos de fomes que proporciona desilusão
às juventudes e essas sem perspectiva futura estão se exterminando das diversas
formas, inclusive banalizando a vida e interrompendo-a precocemente, na disputa
de um mercado de trabalho e renda relacionado às drogas ilícitas.
São eles descendes de etnias
indígenas e afrodescendentes que estão fora do mercado de trabalho e consumo. Fazem
parte dos 250 milhões que passam fome de pão (D. Helder) e os que passam fome beleza
(Frei Betto) e de saberes (Paulo Freire) se multiplicam muito mais.
Como justificar esse nível de
violência, senão observando o que está por traz do Estado de Direito? A quem
ele serve? As interrogações surgem porque há uma tentativa de se buscar
pessoas, indivíduos culpados. No entanto, essa situação é resultado do capitalismo,
agravado pelo neoliberalismo e a corrupção. Aí sim, todos aqueles e aquelas que
alimentam e sustentam esse sistema, podemos enquadrá-los como culpados de todas
as formas de violência que interrompem a vida, sejam elas, por meio de armas de
fogo e branca, trânsito e ausência de assistência médica ou a ineficiência do
atendimento e até mesmo pelo sistema privado empresarial da saúde em que o
lucro supera a possibilidade de salvar vidas.
Entendo que a violência anunciada
é consequência de todo esse conjunto de coisas construídas pelo espírito predador
do ser humano, em toda a dimensão planetária (Leonardo Boff), onde o lucro
possa ser extraído e acumulado em detrimento à vida.
Como superar tudo isso se as instituições
representantes do poder supremo dos deuses, se atolam no sistema capitalista
com toda sua dimensão individualista, de exploração e corrupção como vemos o Vaticano,
nas Universais e demais igrejas que vendem a alma branca de um Deus supremo e
infinito que perdoa e salva na chegada ao céu? Pra que violência maior que
atinge milhões em todo o planeta?
Urge assim a necessidade da
construção de um mundo com uma sociedade emancipada, humanamente justa e
fraterna com o fim da fabricação de armas, para se viver com paz e amor.
Leonardo Sampaio
Educador e pedagogo.
03/03/2013
Como sempre os seus artigos se mostram pertinentes a nossa realidade. Revoltante saber como nossa cidade é destacada dessa forma. Mais um motivo para cobrarmos das autoridades competentes mais rigor para que nossa cidade saia dessa terrível estatística.
ResponderExcluirParabéns Leonardo Sampaio, por conseguir expressar em palavras essa reflexão, que acredito é a de muitas pessoas consciente.
ResponderExcluirTenho exercitado viver à margem desse capitalismo selvagem, não é fácil, mas é possível e assim vou fazendo minha parte.
Vou divulgar seu texto, como mais uma forma de ajudar as pessoas a tomarem consciência e, quem sabem, livrar-se da matrix em que vivem.
Saúde e Paz!
Socorro Cavalcante, filósofa e terapeuta holística.