HISTÓRIA DAS CEBs FREI TITO E O ESCUTA



HISTÓRIA DAS CEBs FREI TITO E O ESCUTA
Fé, política, arte, cultura e educação popular






Autor:
Leonardo Sampaio

Ano 2015



Apresentação

Este trabalho profundo, poético, autêntico, verídico, informativo e histórico; trata desde as primícias da comunidade, suas necessidades básicas e gritantes às benesses consequentes do minucioso, árduo e bem elaborado trabalho sócio-político e cultural desenvolvido em praticamente em quatro décadas.
            Sendo Leonardo Sampaio, agente ativo do processo de fundação e transformação desta comunidade, tem autonomia, informações e competência para enriquecer também o acervo literário e o faz com propriedade e zelo, com fidelidade a história e respeito ao leitor.
Esta produção cita as necessidades, ações desenvolvidas, pessoas e instituições atuantes no processo de crescimento e ressalta com alegria e satisfação os resultados provenientes de esforços comuns do povo comprometido com a causa.
            Na lapidação desta obra, o autor não fez uso do lirismo, do humor, nem tampouco de figuras de linguagem. Imprimiu sua alma, seu caráter e sua garra, em cada verso e mais uma vez o povo é beneficiado com os prestimosos talentos de Leonardo Sampaio.
            Sinto-me honrada e grata por confiares a mim, esta missão.
Ao leitor uma agradabilíssima leitura.

Artemiza Correia
Acadêmica da Academia Afrocearense de Letras - AAFROCEL




Lideranças que estiveram à frente de todo esse projeto ao longo dos tempos.

Irmã Luzia e Pe. Luciano Sampaio
Manoel Rodrigues e Zilda Matos
Rita Muniz e Fátima Martins
Deuzimar Martins e Emanoel,
Francisco Oliveira e Antônio Nascimento
Rosa Mota e Carmozina Roque
Lúcia Vasconcelos e Leonardo Sampaio
Eduardo, Hélio Róque e Domiro Corpi
Welington Pará, Erilene Lima
Gilvan Sousa, Micinete e Leandson Sampaio
Edvania Ayres e João Paulo Roque.



Homenagens póstuma às pessoas que estiram nessa luta e caminhada.

Antônio Matos, José de Alencar, Elizabeht Muniz, Raimunda Silva, Pe. Leonardo Martins, D. Aloísio, Frei Martins, Pe. Haroldo Coelho, Pe. Leonardo Martins, D. Aloísio, Frei Martins, Pe. Haroldo Coelho, Sidney Souto, Gilvan Rocha.




Revisões:
Artemiza Correia e Leandson Sampaio





PREFÁCIO

      Poesia e poema revelados neste livro retratam historicamente o nascedouro de uma caminhada de 35 anos de fé e engajada numa Igreja Comunidade, que se relaciona e protagoniza as lutas populares e políticas com “P” grande, passando pela Ditadura Civil-Militar no Brasil e o processo de redemocratização do país.
      São poemas que trazem a história de uma comunidade do bairro Pici, em Fortaleza - CE, focando diretamente no Espaço Cultural Frei Tito de Alencar (ESCUTA), nascido das Comunidades Eclesiais de Base - CEBs que desenvolvem um projeto popular, comprometido com o Ser humano e a biodiversidade, projeto esse, acredita-se, assumido por Jesus Cristo e seus seguidores mártires, profetas e missionárias/os que dedicaram ou dedicam a vida pela libertação integral das pessoas, o que significa a emancipação humana e a preservação da vida do planeta, com uma visão cósmica, à exemplo de Frei Tito.
    A poesia mostra o assumir de uma missão que envolve o despojar dedicatório de enfrentamento contrario a todas as dimensões manifestas predadoras dos valores humanos. Trata-se de uma missão engajada, onde se faz necessária a presença aguerrida do individuo  militante, consciente, coletivo, comprometido com as bandeiras levantadas pelas forças populares, independente de credos, mas que tenham o mesmo propósito libertário, promotor da construção de uma sociedade justa e fraterna.
   Neste sentido, o texto poético revela o planejamento político-pedagógico desta comunidade, trazendo um olhar para quem está ao lado, à frente, por trás e no seu entorno, para continuar o projeto que há 35 anos foi iniciado na Favela da Fumaça, com as CEBs e que criou dimensões amplas de leitura critica de mundo e engajamento na cidade, o que tornou espelho para outras comunidades, servindo inclusive de  estudos científicos em diversas disciplinas das academias e pesquisadores.
    O desafio deste projeto é a sua continuidade, por isso, os poemas buscam projetar um olhar para trás e dimensionar o futuro, analisando a conjuntura sócio-política, econômica, que é consumista, globalizada, geradora da desigualdade social, promotora da miséria e que assume o combate a tudo isso, politizando o discurso e agindo com a Educação Popular, para formar cidadãos e cidadãs críticos e comprometidos com a transformação dessa política conservadora capitalista e exploradora.
    Nesse contexto histórico, o ESCUTA é entendido. além de uma instituição, uma entidade, porque assume a construção contínua deste projeto político-pedagógico, a partir da Educação Popular, olhando em todos os ângulos de suas atividades e ações, sejam: administrativas, nas artes, na cultura, na literatura, na fé e na política e a formação para a cidadania, com sonhos, esperanças e compromissos com o projeto de transformação que permita outro jeito de Ser.

Leonardo Sampaio






História das CEBs Frei Tito e o ESCUTA
Fé, política, arte, cultura e educação popular


As CEBs foram chegando
Na comunidade Veneza
No ano de setenta e nove
Havia grande pobreza.
Foi primeira experiência
Na Diocese de Fortaleza.

Um grupo de missionários
Tinha nova teologia
Fez opção pelos pobres
Trazendo paz e alegria
Com a palavra de Deus
E a luta por moradia.

A experiência de êxito
Chegou também na Fumaça
Na década de oitenta
Onde o povo alegre abraça
Devido à necessidade
De vencer com toda raça.

A favela foi formada
Por um povo descendente
De índios e africanos
Que ali estava presente
Excluso do latifúndio
São caboclos resistentes.

Irmã Luzia a mentora
Dessa louvável missão
Reuniu  missionários
Fez a mobilização
Seminaristas, Padres
Freiras. E Leigo com opção

Duplas de missionários
Visitaram a favela
Conheceram  realidades
Do povo que mora nela
 Uma dupla em cada rua
Pisava o chão com chinela.

O casal Manoel e Zilda
Primeiros a acolherem
Mostrou como é que era
 O jeito de viverem
Naquela comunidade
Que faz todos sofrerem.

Becos com lama e barracos
Foi o ambiente encontrado
Crianças e adultos doentes
Sem nunca terem  tratado,
Doutor Albano  boa gente
Deixou o povo receitado

Foi o inicio das CEBs
Foram muitas reuniões
Cada dupla fazendo a sua.
Promovendo reflexões
Lendo a Bíblia sagrada
Pra fluir inspirações.

Dez de abril foi a datada
Campanha da Fraternidade
O lema: Para onde vais;
Por justiça e liberdade
E Cristo o Libertador,
 Inspira a sociedade

União, justiça e paz
A igreja libertadora
Acolhendo seus pobres.
Missão desafiadora
Sendo fermento na massa
De uma fé renovadora

Na Favela não havia
Luz, água nem moradia
Pra  viver com dignidade
E a luta do dia a dia
Buscava sobrevivência
De um povo em agonia.

Na Travessa das Antenas
Que era chamada Inferninho
Formou-se um núcleo de CEBs
Que também fez o caminho
Do Cristo Libertador
Com o milagre do vinho.

No lugar faltava tudo
Do emprego a educação
Saúde, lazer, saneamento
Transporte e sustentação
Muitos viviam de esmola
Sem emprego e profissão.

As origens ancestrais
Trazidas do interior
Culturas afro e indígenas
Traz nas entranhas a dor
Sem terra para plantar
Aguardando um salvador.

 A história foi mudando
Quando feito mutirão
As pessoas entenderam
A importância da união
Pra se ter um mundo novo
Botando o pé no chão.

E assim foram aprendendo
Que juntos em comunhão
Mostra sua fortaleza
Alicerça a construção
Da nova sociedade
Que busca a libertação.

Uma nova consciência
Critica e libertadora
Foi rápido se formando
Sendo mais acolhedora
Foi coragem e esperança
Pra uma luta vencedora.

Tudo isso é tão bonito;
Mas a igreja conservadora
Não aceitava consenso
Tornou-se perseguidora
Da Comunidade Base
Dessa Igreja libertadora.

Viva no meio do povo
Assim as CEBs pregava
Um Cristo Libertador
Como a Bíblia ensinava,
Veja em Ato dos Apóstolos
Dividindo o que plantava.

Encontros eram nas casas
O povo ali se encontrava
De baixo de uma mangueira
Onde a roda se formava
A casa de Zilda e Manoel 
Em salão se transformava

O drama estava presente
Desde o Teatro do Oprimido
Nossa poesia aflorava
Quando o povo estava unido
Trazendo as situações
Que os tornava deprimido.

Os personagens surgiam
Das histórias contadas
Criavam-se logo enquetes
E peças eram formadas
Para encontrarem as saídas
Das crises apresentadas.

A forma prática e lúdica
De se ver a realidade.
Envolvia-se às pessoas
Membros da comunidade
Analisando e julgando
Para agir com qualidade.

No contexto analisava
Este mundo desigual
O acúmulo de riquezas
Da classe empresarial
Causa pobreza e miséria
Por acumular capital.

Industriais e banqueiros,
Principais capitalistas
Que exploram a nação
E conforme os analistas
Eles são exploradores
Isso esta à nossa vista.

Ditadura Militar
Fazia a perseguição
Via serviço social
Faziam oposição
Taxando-nos: comunistas,
Terroristas de plantão.

Por forma de resistência
De esperança e afirmação
O Frei Tito de Alencar
O mártir da repressão
Massacrado e torturado
Às CEBs deu inspiração.

Homenagem a Frei Tito
Deu nome a Comunidade
Das CEBs lá da Fumaça
Que luta por igualdade
E um mundo justo e fraterno
Com justiça e liberdade.

Nosso Cardeal Dom Aloísio
Veio pra nos visitar
De perto ver a pobreza
E nas ruas caminhar
Apoiou a experiência
Que acabara de encontrar.

Todos lhes agradeceram
E o povo se fortaleceu
E a autoridade eclesiástica
Rapidinho compreendeu;
E sendo Igreja de Cristo
Aos pobres ele escolheu.

Bodega comunitária
Também horta em mutirão
Um espaço apropriado
Com sala pra educação
Professoras voluntárias
Cumprindo grande missão.

As entidades de lutas
 Para haver engajamento
Sindical ou partidária
Era também instrumento
De luta transformadora
Sendo as massas o fermento.

CUT, PT e Pastorais
Eram parte da construção
E o movimento popular
Pra fazer transformação
Política e econômica
Que dominava a nação.

Eram Associações
Feitas pra reivindicar
Estrutura para os bairros
Para o lugar melhorar
Com saúde e educação
E transporte conquistar.

As mulheres enfrentaram
Ao machismo e violência
Fez parte da caminhada
Seus princípios e essência
Pra que todos as pessoas
Vivam juntos com decência.

Em uma seca medonha
Fortaleza foi invadida
Por um povo desvalido
Precisando de comida.
Setenta e nove inicia
Agravo na vida sofrida

A Jornada Contra a Fome
Um movimento criado
Pra reunir todo esse povo
Do interior do estado
E as CEBs participaram
Do projeto apresentado
Eram em grandes passeatas
Nosso povo organizado
Por frente de trabalho
Queria ser empregado
Para saciar a fome
Mercantil foi saqueado.

Resposta do governante
Foi repressão e prisões
Policiais infiltrados
Que fazia agitações
Pra incriminar militantes
Dentro das ocupações.

Foi ano de oitenta e cinco
Dando continuidade
A luta fé e política
CEBs e a comunidade
Elegeu Maria Luiza
Prefeita desta cidade.

As favelas que ganharam,
Com a gestão popular
Saneamento e moradia
Começou  chegar por lá;
Consciência de luta
Tomou conta do lugar.

Os militantes das CEBs
Dentro da administração
E no C.S.U do Pici
Fizeram até mutirão
Comunidade integrada
No modelo de gestão.

Os times de futebol
Parceiros da prefeitura
Tomaram a Base Velha
E a Liga fez cobertura
Do primeiro campeonato
Construindo outra postura.

Em oitenta e seis foi o ano
Que este fato aconteceu
O C.S.U César Cals
Mais um projeto cresceu
Piscicultura e hortaliça
Que o Papoco absorveu.

Criando o Cará Tilápia
Em projeto consorciado,
Hortaliça, cabra leiteira
Até suíno era criado
Também Codorna e Marreco
Tudo foi apropriado.

O projeto teve  intuito
De geração de alimento
Para acabar com a fome
Era esse nosso intento
Que motivou pessoas
Desde o primeiro momento.

A nossa Associação
Moradores conquistaram
Foi uma vitória das CEBs
Onde todos se empenharam
Para melhorar o bairro
E na luta continuaram.

Formação sempre foi meta
Para luta consciente
 E revolucionária;
Tão segura e bem presente
Por um mundo de igualdade
Pra este povo tão carente

Veio a Rádio Frei Tito
De forma comunitária
Meio de comunicação
Com programação diária
Em quatro alto-falantes
E mensagem solidária.

 Rádio Comunitária
Frei Tito de Alencar
Depois veio transmissor
Passou a funcionar
Com frequência FM
Para a cidade escutar.

A Rádio se filiou
E ajudou na criação
Participando da ABRAÇO
Fez parte da direção
Evoluiu para o país
Pela legalização.

Tem o Salão São Francisco
Feito todo em mutirão
Na Rua Entrada da Lua
Para fazer reunião
De melhoria do bairro
E também celebração.

Nosso Reisado do Escuta
Virou marca e tradição
Chega na Entrada da Lua
Fazendo celebração
Dona Marina orienta
Cantando com emoção

A Comunidade Feijão
Tem luta e celebração
No inicio de janeiro
Com seu reisado e canção
Dona Angélica à frente
Puxando a animação.

Nesta é primeira história
Da década de oitenta
Das CEBs e a ditadura
Com ideário se enfrenta
Foi cruz, armas e tortura
Mas é a fé que alimenta.

Tal período findou
Havendo democracia
O povo se organizando
Veio o tempo de anistia
Uma nova constituinte
Com direitos que não existia .

Nasceu uma nova fase
Na década de noventa
Nosso povo exige mais
E pra isso se movimenta
Busca a participação
E ficando sempre atenta.

O mundo deu viravolta,
Perde suas referências
Cai o muro de Berlim
Símbolo das resistências
Do sistema socialista
Que saiu de evidências.

CEBs foram perseguidas
Em toda América Latina
Junto com a teologia
Da Libertação divina
E sofreu intervenção
Pela Igreja de batina.

O vaticano  segundo
Dessa forma foi traído
Pelo atraso conservador
E  Jesus foi perseguido
Seus princípios negados
Por um poder diluído.

O filosofo Karl Marx
Já havia denunciado
Quem  é ópio do povo:
Religião e reinado.
Gerando desigualdade
Com o povo alienado.

Capitalismo hegemônico
Dominador das nações
O povo em Roma vibrando
Com as modificações
Quando o Papa polonês
Deu suas contribuições.

Países do bloco soviético
Chamados socialistas
Confrontavam capital
Perdendo todas conquistas
Da produção estatal
Dos regimes stalinistas.

Movimento popular
Luta por libertação
De todo povo oprimido
Perdeu o poder de ação
Mudou suas estratégias
Fazendo também gestão.

Pici e João Arruda
Onde a luta era aflorada
Cobrava dos governantes
Favelas urbanizadas
Com qualidade de vida
E as obras fiscalizadas.

Na fase dos anos noventa
Com crises conjunturais
Comunidade Frei Tito
Cria eventos culturais
E mantém em evidência
As lutas por seus Ideais.

Veio o Projeto Prorenda
Que deu oportunidade
De todos participarem
Reunindo a comunidade
Com gestão participativa
E serviços de qualidade.

Estavam bem envolvidos
Quando a AMORA era a gestora
Conquistada pelas CEBs
Da qual era a portadora
Representante legal
Com função merecedora.

Comunidade Frei Tito
Resgata a arte popular
Foi ao vê-la adormecida
Que começou a acordar;
Trouxeram as origens
Do interior do Ceará.

Veio a quadrilha junina
O casamento matuto
Também sanfona e o forró
E teatro como atributo
Os palhaços e o reisado
Integram esse reduto.

Tem a tirada de Reis
Andando de porta em porta
Começando a meia noite,
O Deus menino transporta.
A visita dos Reis Magos
A Jesus canta e exorta

Um curso de formação
De história brasileira
Trouxe à tona a escravatura,
Com a invasão estrangeira.
Todas pessoas deste  curso
Eram elas quadrilheira.

Os casamentos matutos
Das mais diversas quadrilhas
Foi de onde veio o público
Foram entrando nas trilhas
Por querer conhecimentos
Do teatro com as cartilhas.

As Três peças de teatro
Nosso Escuta produziu:
Primeira “Frei Tito vive”,
“Navio Negreiro Partiu”,
Terceira, “Uma Tal Maria”
Todo o público aplaudiu.

A “Semana Cultural”
Com suas artes locais
Muitas manifestações
Com expressões culturais
Teatros, gincanas e músicas
Foram  atos iniciais.

Os Festivais de Quadrilha
Próprios do mês junino,
Da cultura campesina;
Do Baião nasceu o hino.
Animava muito os bairros
De adultos, até menino

O ESCUTA vira até circo
Na época dos palhaços
Na quinta tinha espetáculo
Com malabares no espaço
Tiririca e Atravessado
E Macarrão no pedaço.

Do samba, forró e choro
Também Reggae e capoeira
Estiveram no lugar,
Alfaiate e costureira
Fazendo bons figurinos
Pra animar a brincadeira.

 A “Economia Solidária”
Já reunia as produtoras
Artesãos e produtores
Contando com vendedoras
Promovendo suas feiras
Com músicas animadoras.

Tem o horto Raimunda Silva
De plantas medicinais
E o Grupo Brilho da Lua,
De mulheres sensacionais
Cultivando na terra
Produtos medicinais.

Mas as lutas populares
Permaneceram ativas
Favelas urbanizadas
E economias criativas.
Ocupa terras vazias
Pra moradas definitivas.

Base Velha do Pici
Foi uma terras ocupada
Irmã Mona foi a mentora
Com a Turma organizada
Os  Campos de Futebol
Virou local de morada.

O Planalto do Pici
Ficou sendo assim chamado
Fundaram Associação
E GDFAM foi criado
Com estas organizações
É o povo representado.

Movimento organizado
Entrou rápido em ação
Pra melhorar o ambiente
Trazendo urbanização
Questionou o governo
Levando proposição.


DÉCADA DE 2000

Na década de dois mil
Houve outra prioridade
De elevar o grau de ensino
Pra chegar à faculdade
Estimula a juventude
Em toda comunidade.

A criação do cursinho
Foi uma grande sacada
Trouxe a tona experiências
Que viviam abafadas
Com grupos que eram de CEBs
E assim foram encontradas.

A nossa Biblioteca
Veio para iluminar
Com todos conhecimentos
Pra prestar vestibular
Criou assim esperança
Que todos iam passar.

O Banquete Literário
Motivou mais a leitura
Sendo um grande instrumento
Estuda literatura,
Dai a turma se animou,
E juntou arte e cultura.

Veio logo o resultado
Com o primeiro a passar
Na UECE e UFC
E IFCE sem cessar
Os demais bem enfrentaram
Pra à faculdade chegar.

Chegando em dois mil e dois
Queria mais qualidade
E o Escuta foi contemplado
Com registro de entidade.
Político e pedagógico
Aprimorou a equidade.

O Circulo de Cultura,
Brincante; projeto criado
Pra agregar jovens às artes
Para isso são preparados
Como Artes Educadores
São profissionalizados.

O projeto foi às escolas
Incentivar à leitura
De lúdica e criativa
Mostrando nova estrutura
Com o Teatro do Oprimido
Unindo a arte e cultura.

Circulo de Fantasia
Com leitura pra criança
Desenhos e brincadeiras,
Criando forte aliança
Que se torna prazerosa
Vai gerando confiança.

 Roda de Rua faz parte
Apresentando temática
Dos problemas bem locais
Que não são de matemática
É vida cotidiana
Muito sofrida na pratica.

É o Teatro do Oprimido
Que leva para a plateia
Para pensar uma saída
Expressando outra idéia
Abrindo assim o debate
Onde expõe-se a epopeia.

Nessa mesma caminhada
Foi Criado o Pastoril
Com Artes Educadores
Movimento Juvenil
Protagoniza o caminho
Para o público infantil.

Muitas peças de teatro
Foram aqui encenadas
Brozogó, Paixão de Cristo
Já foram apresentadas
Dentre outras peças temáticas
Muitas já foram criadas.

 Espetáculos teatrais
O  “Pavão Misterioso”
Tem “ Militão e o Diabo”
Brosogó, foi exitoso
E “Os bons morrem jovens”
Foi trabalho primoroso.

“Bumba meu ESCUTA boi”
“Um Casamento, U’a quadrilha”
“Paixão de Cristo no Pici”
Estava também na trilha
Mais “A farsa do Advogado”
É mais um dessa família.

“Aboio pra Boi Dormir”
“Torturas do Coração”
Direção de Sidney Souto
Que foi pra outra dimensão
“Jogueiros Guerreiros Novos”
Foi uma grande atração.

Coco, ciranda e teatro
Maracatu, Boi Bumbar
Música afrobrasileira
Passam a predominar
Dando assim maior impulso
A cultura popular

Estreou a peça Jogueiros
Teatro no José de Alencar
Mostrando-se a qualidade
Dos atores do lugar
Com produção refinada
No espetáculo  a brilhar

Jogueiros Guerreiros Novos
Foi o CD produzido
Com musicas autorais
Que foi introduzido
E a histórias dos jovens
Por o grupo conduzido.

O Grupo de Teatro e Música
Com peça e CD gravado
Revelou potenciais
E o ESCUTA foi inovado
 Dando visibilidade
Ao trabalho apresentado.

Assim foi esse período
Formou Arte Educador
Com um projeto brilhante
Muitos foram ser doutor,
São bons profissionais
De gestão e produtor.


DÉCADA DE 2010

O Bumba Meu Boi do ESCUTA,
De espetáculo novo:
Casamento do casal
Que teve todo aprovo
Foi Mateus e Catirina
Pra diversão deste povo

A Fátima Maciel.
Também Ângela Linhares
Que  garantiu  o CD.
Desde as preliminares
E todos que atuaram
Em seus tempos e lugares

Década dois mil e dez
Teatro tem continuidade
 “Mateus, Catirina” e O Boi.”
“O Camaleão e a Liberdade”
São dois grandes espetáculos
Criação de qualidade.

O Bumba Meu Boi do ESCUTA,
De espetáculo novo:
Casamento do casal
Que teve todo aprovo
Foi Mateus e Catirina
Pra diversão deste povo

A pesquisa na informática
Vem trazendo inovações
Cria-se um Infocentro
E Com outras conexões
Atuais tecnologias
Ampliando informações.

Oficinas são criadas
Pra trabalhar formação
Houve “Teatro do Oprimido”
Trazendo grande emoção
 Com o “Teatro de Bonecos”
E instrumentos de percussão.

Com Graça Freitas à frente
Veio O Grupo Formosura
Que montou um espetáculo
Teatro com nova postura
Pastoril, boi e boneco
E refazendo a costura.

CEBs voltam a reunir.
Com apoio do Geraldo
Fortalecida com o Papa
E o CEBI acompanhado
Criando um novo CD
E o Jairo marca colado.

Aos parceiros tão presentes
Queremos agradecer
A nossa Diaconia
O SESC e UFC
 Ao Wellington Pará.
Fizeram por merecer

Colaborou com o ESCUTA,
Também Ângela Linhares
Que garantiu  o CD.
Desde as preliminares
E todos que atuaram
Em seus tempos e lugares

Zu Moreira e Vera Dantas
E a ANEPS articulada,
A Fátima Maciel
Numa forte empreitada,
Fórum Popular de Saúde
Foi a ação executada.

Agora novos projetos
Com “Jiu jitsu” e “basquete”
Nestas “Noites brasileiras”
Diagnóstico e enquete
Mais um CD de reisado
Lembrando disco e disquete.

Concluindo a história
Venho aqui agradecer
Ao Frei Tito de Alencar
Pedir para proteger
Este espaço sagrado
Que  nos faz enobrecer.


Outros poemas que trazem a história desta comunidade do Pici.

Ciranda do ESCUTA
(Ângela Linhares)

Perto do coração, aqui mesmo!
Escuta, meu amor
Desenha um sol pra mim
Ciranda, meu
 amor!
Se lembra que cidade é lenda
Que eu nem sei contar
E nossa rua acorda
Uma canção feliz
Mora no sertão do teu olhar
A minha rua
Que acorda uma canção feliz!
A nossa rua acorda uma canção feliz
A nossa rua acorda uma canção feliz
A nossa rua acorda...

Música gravada no CD Jogueiros guerreiros novos.

JOGUEIROS
(Ângela Linhares)

Bola no campo
Passarim no ninho
Cobra no buraco, garrafão!
Sete pecados! Só meu, só meu, só meu...
Quem vai jogar? Quem vai jogar?
Jogueiros, guerreiros novos
Chocolate moderno meu amor
E eu nem a flor desta paisagem

Música gravada no CD Jogueiros guerreiros novos.



2 comentários:

Unknown disse...

Parabéns Leonardo Sampaio. Vejo nas entre linhas sua garra, sua perseverança,poder de transformação e sua alma ofegante na busca dignidade e qualidade de vida social. Sua poesia é um potencial, que se expressa como um largo sorriso de vitória. Lindo trabalho social e poético, vai muito além,sem fronteiras. Grande abraço!
Artemiza Correia

Leonardo Furtado Sampaio disse...

Obrigado pelas palavras de estimulo. Mas esse trabalho também é seu, aprendi muito com você, fazendo essa revisão na métrica do cordel. Vi ali seu talento fazendo com perfeição.